Monday, July 20, 2009

A Raínha e a Princesa



Toda a gente sabe que o país mais importante do Mundo, em termos musicais, depois do Brasil é o Mali. O ano de 2009 presenteia-nos com dois discos da Raínha e da Princesa das vozes do Mali. Não se trata de uma hierarquia mas de uma diferença na maneira de estar, na voz, na escolha de temas de intervenção social, e nas próprias tradições musicais que representam.
Sei que estou a cometer um crime em não fornecer mais informação sobre o Mali e o papel especial que os músicos e a circulação musical tem na sua história e sociedade. Mas prometo voltar lá pois hoje queria pedir-vos apenas que escutassem.
Sem mais delongas apresento a realeza do Mali.



A raínha Kandia Kouyaté acabou de lançar Ngara, que recolhe temas de 1981-1984-1999, depois do genial Kita Kan de 1999 e de Biriko de 2002. Continuo em busca do misterioso Woulalé...
Voz poderosa com tons altos e controlados, imperativos. Aqui a cantar Djeli Nana.



A princesa Oumou Sangaré lançou em Fevereiro de 2009 Seya, após seis anos de interregno. Ibrahim Sylla gravou com ela o primeiro disco de originais em 1988, Moussolou, mas como não apreciava muito o estilo Wassolou, guardou o registo durante dois anos. Oumou implorou-lhe que lançasse o disco, pois começavam a interpretar as canções dela, o que ele fez e vendeu 600.000 cassetes legais, após o que lhe ofereceu um Peugeot 505. Editou Ko Sira em 1993 e Worotan em 1996. Oumou de 2003 tem 12 temas retirados dos 3 primeiros discos e 8 novas composições.
A sua voz é uma combinação de doçura e agilidade difícil de igualar. Tal como difícil é esquecer a sua graciosidade e calor em palco. Aqui Seya, do novo álbum.




Que o espírito de Sira Mory Diabaté as abençoe.

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