Tuesday, July 29, 2008

Casa de África (CAL) - Onde Dançar? Actualização

No link abaixo podem encontrar a actualização dos sítios onde se pode dançar e aprender danças africanas em Lisboa.

Agradecem-se comentários e sugestões de adições.

http://africalisboa.googlepages.com/salao

Sunday, July 27, 2008

FMM Sines - Baobab gourmet por Chef Barthélemy






Orchestra Baobab
Rudy Gomis - voz, maracas, clave
Assane Mboup - voz
Ndouga Dieng - voz
Balla Sidibe - voz timbales tambores
Barthelemy Attisso - guitarra
Latfi Benjeloun - guitarra
Issa Cissoko - sax tenor sax alto
Thierno Koite - sax alto
Charlie Ndiaye - baixo
Mountaga Koite - congas bateria

O concerto começou pelas 0h30, com os três cantores com camisas coloridas, laranja vermelho, rosa com dourado, um arco-íris quando a banda entrou em palco, mapa da sociedade das nações que esta banda representa de Marrocos, à Guiné, passando pelo Togo e Senegal, cantando em Wolof, Criolo da Guiné e de Cabo Verde e francês. A emoção era enorme, a par da Star Band de Dakar no clube Miami, a original orquestra Baobab era uma das estrelas do firmamento de Dacar na década de 70.
Ainda para mais estava presentes uma parte dos músicos que a fundaram em em 1970, para animar a abertura do Clube Baobab, em Dacar: Rudy Gomis, Barthélemy Atisso e Balla Sidibé. O Baobab era um clube de elite, frequentado por homens de negócios e políticos. A mistura musical da época era variadíssima, desde High-Life do Gana, a soul, pop, afro-cubana, rumba do Congo e morna do vizinho Cabo-Verde, e que precedeu um movimento de redescoberta dos instrumentos como o sabar, a kora e o balafon e das raízes musicais mais tradicionais. Tempo da voz maravilhosa de Laye Mboup falecido em 74.

Tema a tema
1 Início com ritmo afro-cubano.
2 Esta orquestra é uma máquina bem oleada e o Barthélemy a encantar com a subtileza dos seus solos. Nem parece que se reencontraram há 6 anos. A guitarra é amarelada mas brilha como se fosse dourada.
3 Excelente articulação entre voz principal e vozes secundárias, com solos incisivos e pujantes do sax de Thierno Koite.
4 Barthélemy com pedal reverb com um pouco de distorção a fazer chorar e gemer a guitarra em ritmo de marcha lento e compassado.
5 Duo de Issa e Barthélemy, dois motores de ritmo e musicalidade.
6 Barthélemy com mais um solo composto por glissandos celestiais e notas altas dadas com velocidade e precisão incríveis.
7 Bul Ma Miin
8 Utru Horas
Solo de guitarra com passagem de solo a uma corda, para acorde com marcaçao de tempo com toques secos no braço do instrumento.
9 Ritmo com cadência próxima do reggae.
10 'Belasa(?)'
11 Depois de bastante exibicionismo Issa faz um solo sobre um standard jazz e entram os batuques e as tarolas, a seguir o baixo, e uns acordes funk, entra o alto. Que maravilha de crescendo orgânico em que tudo encaixa!
12 Volta o afro cubano quase um cha cha cha com trechos de La Bamba no meio do solo no sax tenor. Percussão com estalidos da boca. Barthelemy com acelerações suaves de ritmo, o pescoço sempre ligeiramente debruçado sobre a guitarra, com movimentos ritmados, e 'ça c'est vrai' canta-se em coro.
Encore - Musica do disco Pirates Choice que começa com dueto Issa/Barthélemy
Esta música é um concentrado musical de estilos variados, um verdadeiro cocktail de suavidade das vozes e a sua combinação em tons diferentes, e o namoro do sax com a guitarra. Senti-los em palco é partilhar do saber de músicos com imensa experiência para dar a conhecer a tradição riquíssima das bandas da África Ocidental, regressada após 17 anos.
Fica a impressão forte de Barthélemy Atisso, natural do Togo, artista no auge da sua maturidade, a solar da forma delicada, melodiosa e ritmada como os grandes guitarristas africanos das bandas dos anos 70 faziam, e que os distingue claramente das tradições jazz, rock, espanhola ou folk. A partir daí o prazer é ouvir como cada um dos grandes imprime o seu estilo original: no caso dele sempre sofisticado e discreto seja com que estilo, pedal ou efeito. O concerto acaba com o paladar que o maior guitarrista africano vivo se chama Barthélemy Atisso, e que gratidão que ele tenha voltado a tocar depois de treze anos de interregno para o ouvir assim mágico. O efeito é o de um banho de espuma com champanhe.

Saturday, July 26, 2008

FMM Sines - Rokia Traoré (ao vivo) - Comentário Final



LIVE BLOGGING
Para apreciar a Rokia Traoré temos que nos concentrar na qualidade musical das suas composições e dos respectivos arranjos, e profissionalismo em palco. Quanto à voz, quando as canções exigem muito da voz em termos de velocidade ou agilidade revela-se que não tem tons altos nem tons baixos, a dicção é deficiente, e o controlo nas frases melódicas mais difíceis ou de maior amplitude e inversão mesmo mau. Salva-se a emoção e energia das interpretações sempre que as composições estão dentro do registo de cantautor, tempos lentos e composições menos exigentes do ponto de vista técnico.

FMM Sines Rokia Traoré (ao vivo) II

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Sétimo tema a começar num tom calmo e a evoluir para um ritmo frenético a surpreender e animar o público, com alguns apontamentos do ngoni e um pequeno solo de guitarra, e uns saltos espectaculares da cantora. As mãos ergueram-se em palmas e o ar agitou-se de energia em Sines. O baixo de cabeleira carapinha ruiva a fazer coros em mandinga é uma imagem que fica.
Oitavo tema 'Tuntamanhi' dedicado ao sofrimento das vítimas da emigração. Rokia dirige-se ao público e explica: 'immigration is not a good thing' e 'there is nothing better in Europe than in Africa'. Discordamos, só se for para as classes privilegiadas onde se incluem os músicos com sucesso. Superficialidades pop.
Breve pausa, com saída de palco e regresso para um nono tema com um ritmo e baixo a soar a Jamaica. Sem paragem décimo tema em funk agitado a pôr o público aos saltos num intermezzo instrumental com a guitarra, o ngoni e o baixo em aceleração vertiginosa. A famosa bola insuflável lá segue o seu curso voando por cima do público, e quase atingindo o guitarrista, não constituindo no entanto ameaça mortal. Rokia apresenta os músicos e finalmente deixa-os solar um pouco e dar largas à sua criatividade, bateria e guitarra e um cheirinho de dança da menina da voz de apoio. Segue-se sem interrupção de ritmo funk, sem parar, 'African Woman is a Lady'. Ficámos sem ouvir o senhor do ngoni sozinho.

FMM Sines - Rokia Traoré (ao vivo) I

LIVE BLOGGING
23h25 Começou o concerto. Rokia entra acompanhada por uma banda composta por ngoni, guitarra, baixo e bateria e 1 voz de apoio. O primeiro tema é o intimista Iafama, com um início lento e compassado pelo baixo e ngoni. Passa para o segundo tema um mexido 'Sebuió' com um baixo em grande forma, e a seguir 'Teleku'. Quarto tema cantado em francês, 'Je t'aime'. Em quinto lugar interpretação inovadora de 'The Man I Love' com coloridos vibratos. No sexto tema Rokia pega na guitarra de blues e embrenha-se no estilo intimista e de tempos intermédios a lentos do último disco, e certamente o mais adequado às suas qualidades vocais, onde ela está como peixe na água.

Thursday, July 24, 2008

FMM Sines - Waldemar Bastos de Peito Aberto


Aparece de camisa com gola à Mao, calças cinzentas e um sorriso sem esforço que o acompanhou ao longo de todo o concerto.
A banda é composta por bateria, percussão (2 batuques grandes e 2 pequenos, chocalhos, 1 prato), baixo, guitarra electrica e guitarra acústica amplificada.
O concerto começa com "Água do Bengo", segue-se "Teresa Ana(?)", e "Biumbi(?)" só guitarra e sons de floresta e pássaros, com o público a iniciar a sua IeLeLa em coro.
A seguir a festa anima com "Não me perguntes quando eu vou(?)", em ritmo de dança a lembrar o semba e o guitarrista mostra a sua ginga dançando um pouco num juntar de forças da bateria e do batuque.
"Angola minha namorada" é cantado com o público a reagir bem, e é bonito ouvir os países da lusofonia todos a serem citados numa canção de amor.
"Maravilha é a natureza(?)" e num monento de pausa Waldemar Bastos pede para orarmos todos pela paz, e pela comida acrescenta depois, avançando para o 'Muxima", cantado em coro pelo público enternecido.
"Golondrina(?)", "Birimbiri ungojamié(?)" e "Kuribota", muito animado a terminar. Diz a canção "gostas muito de falar, de falar mal dos outros Kuribota Kuribota seu invejoso", com um novo Uelelele de mãos no ar, isto depois de pousar a guitarra e vir para a frente puxar pelo público, braços abertos e mãos a vibrar em cruz transmitindo a sua energia boa, com o guitarrista a tocar com o instrumento atrás da cabeça para êxtase do público. Termina dizendo "Obrigado do fundo do coração, pão, paz e amor", que é nome de música sua e concerteza desejo para África e Angola!
No encore, "nao me perguntes para onde eu vou", a mostrar novamente a banda de músicos de qualidade em boa forma com uma guitarra solo de estilo algo rockeiro mas com algum humor nas paragens dos riffs, um baixo competente e uma percussão muito visível.
Durante a noite Waldemar Bastos deu também um ar da sua graça no concerto a solar com acordes bem cheios a lembrar o calor da música espanhola.
Com um sorriso de orelha a orelha e um monumental vozeirão de agudos poderosos sofridos, notas suspensas graves, simplesmente fazendo a voz brilhar de alegria ou surpreendendo num final de canção com gritos guturais, é um cantor do mundo.
Com uma banda de som áspero e batida forte, a equilibrar a suavidade e poesia da sua voz e guitarra, temos um som aberto, entre rock, áfrica e angola. É aí, com a sua marca pessoal que fica a música de Waldemar Bastos, sempre rés-vés do coração.

Aqui fica a letra de Muxima, com mais informação sobre as diferentes versões em: http://mazungue.com/imaginario-colectivo/thread.php?postid=59653

Muxima
[Carlos Aniceto Vieira Dias]

Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Se uamgambé uamga uami
Gaungui beke muá santana
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Lagi ni lagi kazókaua
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Lagi ni lagi kazókaua

Como a formação da banda é a mesma, um vídeo em Amsterdão de há um mês atrás, com a interpretação de Muxima para atestarem da intensidade de Waldemar Bastos a cantar:



Nota: Quando não tenho a certeza do nome da música, o que acontece na maior parte dos casos, acrescentei um (?) a uma parte da letra ou início da canção.

Sunday, July 20, 2008

FMM Porto Covo - Os Últimos Poetas


A expectativa era grande: em palco uma lenda viva do hip-hop, os anos 60 empenhados politicamente em mudar a política a partir do coração das pessoas, a encontrar uma plateia de de sub-20 e pessoas mais velhas recatadamente sentadas. Acrescentaria que era uma luta difícil pois esta música está carregada de poesia e história e exige do ouvinte muita disponibilidade.
Esta música gosta de se misturar com a vida e acredita que a palavra nos pode aproximar da verdade, que há um superficial e um essencial na vida logo que no nosso horizonte se perfilam os deserdados do mundo. Esta música dos avós do hip-hop, mesmo que um dia soe datada e antiga, mistura razão e coração e leva-nos a ganhar força para perguntar a única pergunta válida em política, "para quando é esse mundo novo?".
A formação era o trio base de Don Babatunde Eaton na percussão, Abiodun Oyewole e Omar Bin Hassan na voz, acompanhados por Ronald Shannon Jackson na bateria, um baixo tocado por Jamaaladeen Tacuma e um rapaz suiço que vive em Nova Iorque nos teclados, numa formação de funk bem marcado.
Os dois rappers em boa forma mas a encantar a melodiosidade e o tom baixo de Abiodun Oyewole em contraponto ao mais agudo e teatral de Omar Bin Hassan, com a voz um pouco cansada. O ponto negativo do concerto foi o mau som nas vozes a prejudicar a compreensão da poesia. Basta comparar com as gravação em disco.
Tudo começou com um solo de batuque de Babatunde, seguido do relembrar dos muitos elementos que fizeram parte do grupo no passado. Seguiram-se entre outros Rain of Terror, e um espectacular This is Madness com Omar Bin Hassan a emocionar e a conseguir transmitir uma violência enorme.
O concerto fez concerteza rejuvenescer a esperança daqueles que ainda levantam o punho na direcção do coração, na capacidade de renascer no meio do superficial. "With love you can rise above the flames". Mas também do fraco impacto da poesia que não se resume a meras palavras de ordem e incitações fáceis e quer contar a história e a violência e o amor tudo junto.
A maior transformação musical nesta década em Portugal, já a acontecer será o afirmar do hip-hop mestiço num ponto irrelevante entre Portugal, Angola, Cabo-Verde ou outros países que apareçam no meio. Espero que a meio apareçam a alguns os Poets a indicar o caminho menos fácil.
Long live, brothers!
Hoje as imagens submergem as palavras.
Depois vão ouvi-los, desde o lirismo de Black Rose à crueza de Rain of Terror que lembra o God Bless America de Bill Burroughs.
http://www.myspace.com/thelastpoetsdotnet

Niggers are scared of revolution, Last Poets, 1970

Niggers are scared of revolution
But niggers shouldn't be scared of revolution
Because revolution is nothing but change
And all niggers do is change

Niggers come in from work and change into pimping clothes
and hit the streets to make some quick change

Niggers change their hair from black to red to blond
and hope like hell their looks will change

Nigger kill other niggers
Just because one didn't receive the correct change

Niggers change from men to women, from women to men
Niggers change, change, change

You hear niggers say
Things are changing? Things are changing?
Yeah, things are changing
Niggers change into 'Black' nigger things
Black nigger things that go through all kinds of changes
The change in the day that makes them rant and rave
Black Power! Black Power!
And the change that comes over them at night, as they sigh and moan:
White thighs, ooh, white thighs

Niggers always goin' through bullshit change
But when it comes for real change,
Niggers are scared of revolution

Niggers are actors, niggers are actors
Niggers act like they are in a hurry
to catch the first act of the 'Great White Hope'

Niggers try to act like Malcolm
And when the white man doesn't react
toward them like he did Malcolm
Niggers want to act violently

Niggers act so coooool and slick
causing white people to say:
What makes you niggers act like that?
Niggers act like you ain't never seen nobody act before
But when it comes to acting out revolution
Niggers say: 'I can't dig them actions!'
Niggers are scared of revolution

Niggers are very untogether people
Niggers talk about getting high and riding around in 'els'
Niggers should get high and ride to hell
Niggers talk about pimping
Pimping that, pimping what
Pimping yours, pimping mine
Just to be pimping, is a helluva line

Niggers are very untogether people
Niggers talk about the mind
Talk about: My mind is stronger than yours
"I got that bitch's mind uptight!"
Niggers don't know a damn thing about the mind
Or they'd be right
Niggers are scared of revolution

Niggers fuck. Niggers fuck, fuck, fuck
Niggers love the word fuck
They think it's so fuckin' cute
They fuck you around
The first thing they say when they're mad: 'Fuck it'
You play a little too much with them
They say 'Fuck you'
When it's time to TCB,
Niggers are somewhere fucking
Try to be nice to them, they fuck over you

Niggers don't realize while they doin' all this fucking
They're getting fucked around
And when they do realize it's too late
So niggers just get fucked up

Niggers talk about fucking
Fuckin' that, fuckin' this, fuckin' yours, fuckin' my sis
Not knowing what they're fucking for
They ain't fucking for love and appreciation
Just fucking to be fucking.

Niggers fuck white thighs, black thighs, yellow thighs, brown thighs
Niggers fuck ankles when they run out of thighs
Niggers fuck Sally, Linda, and Sue
And if you don't watch out
Niggers will fuck you!
Niggers would fuck 'Fuck' if it could be fucked
But when it comes to fucking for revolutionary causes
Niggers say 'Fuck revolution!'
Niggers are scared of revolution

Niggers are players, niggers are players, are players
Niggers play football, baseball and basketball
while the white man cuttin' off their balls

When the nigger's play ain't tight enough
to play with some black thighs,
Niggers play with white thighs
to see if they still have some play left
And when there ain't no white thighs to play with
Niggers play with themselves

Niggers tell you they're ready to be liberated
But when you say 'Let's go take our liberation'
Niggers reply: 'I was just playin'
Niggers are playing with revolution and losing
Niggers are scared of revolution

Niggers do a lot of shootin'
Niggers do a lot of shootin'

Niggers shoot off at the mouth
Niggers shoot pool, niggers shoot craps
Niggers cut around the corner and shoot down the street
Niggers shoot sharp glances at white women
Niggers shoot dope into their arm

Niggers shoot guns and rifles on New Year's Eve
A new year that is coming in
The white police will do more shooting at them
Where are niggers when the revolution needs some shots!?
Yeah, you know. Niggers are somewhere shootin' the shit
Niggers are scared of revolution

Niggers are lovers, niggers are lovers are lovers
Niggers love to see Clark Gable
make love to Marilyn Monroe
Niggers love to see Tarzan fuck all the natives
Niggers love to hear the Lone Ranger yell "Heigh Ho Silver!"

Niggers love commercials, niggers love commercials
Oh how niggers love commercials:
"You can take niggers out of the country, but
you can't take the country out of niggers"

Niggers are lovers, are lovers, are lovers
Niggers loved to hear Malcolm rap
But they didn't love Malcolm
Niggers love everything but themselves

But I'm a lover too, yes I'm a lover too
I love niggers, I love niggers, I love niggers

Because niggers are me
And I should only love that which is me
I love to see niggers go through changes
Love to see niggers act
Love to see niggers make them plays and shoot the shit

But there is one thing about niggers I do not love
Niggers are scared of revolution

O vídeo de "Niggers are scared of the revolution", aqui mesmo no blog, abaixo do de Jose James.
http://africalisboa.blogspot.com/2008/05/park-bench-people-jose-james-dreamer.html

E uma entrevista para finalizar, em inglês.
http://www.furious.com/perfect/lastpoets.html

Friday, July 18, 2008

FMM - Bassekou Kouyaté - Ngonis electrizam Sines




Ontem à noite, dia 17, na Casa das Artes em Sines, um grande concerto protagonizado por Bassekou Kouyaté e seus pares.
Já passava das 22h30 quando começou o concerto. Bassekou Kouyaté em ngoni apresentou-se com a sua mulher, Amy Sacko, dona de uma senhora voz, mais três ngonis e duas percussões, uma cabaça grande e uma pequena coberta pelo que julgo serem búzios e que produz um ruído de chocalho. Um dos percussionistas tocava às vezes também um pequeno tambor que segurava na axila, percutindo-o com a mão e com uma peça em forma de V que produz um som mais reverberante.
Os ngonis vieram em formas e feitios diferentes. Dois grandes, um tendo uma sonoridade próxima de um contrabaixo eléctrico e outro mais seco. Os dois pequenos, um deles tocado por Bassekou Kouyaté e outro por um jovem, o de Kouyaté mais acústico e o outro com um som mais encorpado e mais metálico. Um dos prazeres é escutar os quatro ngonis cada um com a sua sonoridade e função diferente em função da melodia.
Em relação ao disco Segu Blue, o concerto é movimentado e eléctrico, e é possível ver desfilar a tradição que vai da música tribal, às canções de trabalho dos escravos, aos blues ou ao funk.
O humor dos passos dos 3 ngonis restantes do quarteto com as suas coreografias, a delicadeza e a leveza dos gestos de Amy e a expressividade da cabeça de Bassekou durante os solos, muitos que nos dedicou, trouxeram ao concerto uma gentileza e um calor que bem circulou numa sala repleta.
Devido ao seu som delicado e com pouco volume sonoro, a amplificação permite que num ambiente de concerto e com uma plateia alargada ele tenha o mesmo impacto que uma guitarra apesar das suas pequenas dimensões.
Para mim o ponto alto foi quando Bassekou Kouyaté ficou sozinho no palco a tocar uma versão do clássico Poyi. Pensei que naquele momento algo da alma de Banzoumana Sissoko, um dos lendários griots do Mali e tocador de ngoni, pairava na sala. Provavelmente não mas abençoaria concerteza o seu neto que traz esta tradição renovada do ngoni ao mundo inteiro e a cultura do império Bamana.

Caso tenham curiosidade de saber um pouco mais sobre o ngoni, e ver Bassekou Kouyaté ao vivo: http://africalisboa.googlepages.com/ngoni

(imagens de egeac.pt, Festas de Lisboa 2007)

Monday, July 14, 2008

Calendário mudou para o site

O Calendário de eventos passa a estar na página de entrada do site da CAL(Casa de África em Lisboa), para que a visibilidade melhore.
Se clicarem no botão que diz "Google calendário +" ele passa para uma janela nova no tamanho normal.

Sunday, July 13, 2008

Repost: Festival de Músicas do Mundo Sines - Começa esta semana

O Festival de Músicas do Mundo comemora 10 anos, a pedir rumagem com um cartaz cheio de qualidade. Esta é a nossa selecção, revista pois tinha escapado o Richard Bona.

Iremos colocar um post com imagens e vídeos de cada artista em antecipação dos concertos.

Quinta, 17 de Julho - Bassekou Kouyaté & Ngoni Ba, Mali - 22h00, Sines, Centro de Artes

Sábado, 19 de Julho - Last Poets, EUA - 23h00, Porto Covo

Quarta, 23 de Julho - Waldemar Bastos, Angola - 21h30, Sines, Castelo

Quinta, 24 de Julho - Toto Bona Lokua, 23h00, Sines, Castelo
Quinta, 24 de Julho - Orquestra Baobab, Senegal - 00h30, Sines, Castelo

Sábado, 26 de Julho - Rokia Traoré, Mali -23h, Sines, Castelo

Sunday, July 6, 2008

Cool Jazz Fest - Mayra Andrade na Sexta

Imagem de caboindex.com.

Mayra Andrade, a autora do álbum Navega, actua dia 11 de Julho, às 22h, no Jardim do Marquês de Pombal em Oeiras.

Mais info em http://www.cooljazzfest.com/

Nova entrada site CAL -InstrumentosMusicais-Balafone e Djembé

http://africalisboa.googlepages.com/balafone
http://africalisboa.googlepages.com/djembe

Saturday, July 5, 2008

Friday, July 4, 2008

Comemorações da Independência de Cabo-Verde


No âmbito das comemorações da independência de Cabo-Verde, Gil Semedo apresenta o seu novo disco, Cabopop, orquestrado pelo mago Manu Lima, no Armazém C2 em Alcântara, dia 5 de Julho.
O ano passado houve festa de arromba na Cidade Universitária, que creio não se repetirá este ano.


Imagem de afrosom.com. Informação de Portal CVT

Tuesday, July 1, 2008

Abriu o Salão, o Restaurante e a Galeria

O Salão será dedicado à dança. Começamos por um guia "Onde dançar em Lisboa".
http://africalisboa.googlepages.com/salao

O Restaurante é o espaço de Gastronomia e Restaurantes. "Onde comer em Lisboa."
http://africalisboa.googlepages.com/restaurante

Na Galeria optámos por começar pela Fotografia, e por um fotógrafo angolano muito bom Kiluanji Kia Henda.
http://africalisboa.googlepages.com/galeria

Esperamos a vossa participação activa principalmente na manutenção actualizada dos espaços de restauração e dança.