Tuesday, December 30, 2008

Freddie Hubbard, trompetista de Jazz faleceu



Tinha 70 anos, tocara com Herbie Hancock e Thelonius Monk, e era visto como um dos melhores trompetistas de hard-bop nos EUA.

Ganhou um Grammy em 1972 pelo álbum First Light, gravado com os membros da banda de Miles Davis George Benson e Jack DeJohnette.

A estrela tinha estado no hospital desde um ataque cardíaco em Novembro.

Nascido com o nome de Frederick Dewayne Hubbard em Indianapolis, o músico começou por tocar o melofone, uma espécie de clarim na banda da escola.

Um ano depois, passou para a secção de trompete, tendo começado a aprender a tocar o instrumento que três dos seus irmãos já tocavam.

Um trinado de marca

Depois de se mudar para Nova Iorque em 1958, gravou o seu primeiro álbum, Open Sesame, e gozou de uma subida meteórica nos círculos de jazz.

Associou-se a lendas do jazz como Thelonius Monk, Miles Davis, Ornette Coleman e Sonny Rollins.

Mais tarde a estrela recordava o ter tocado com John Coltrane como um dos pontos altos do início da sua carreira.

"Conheci Trane numa jam session em casa do Count Basie em Harlem em 1958", disse à revista de Jazz Down Beat em 1995.

"Ele disse: 'Porque não apareces e tentávamos praticar um bocado juntos?'

"Quase fiquei doido. Imagina, aqui está um puto de 20 anos a praticar com o John Coltrane.

"Ele ajudou-me muito, e trabalhamos juntos várias vezes."

Finalmente o estilo próprio de Hubbard - incluindo um trinado de marca conhecido como "shake" (abanão, sacudidela) - tornaram-se eles próprios influenciadores.


"Ele influenciou todos os trompetistas que vieram depois dele,", disse o trompetista Wynton Marsalis à agência Associated Press.

"Claro que o escutei muito. Todos o escutámos. Ele tinha um som volumoso e um grande sentido de ritmo e tempo, e realmente o traço característico da sua forma de tocar é uma exuberância."

Hubbard tocou nalguns dos maiores discos de jazzz dos anos 60 como Maiden Voyage de Herbie Hancock, o radicalmente experimental Free Jazz de Ornette Coleman, Ascension de John Coltrane, e o seu próprio clássico, Ready for Freddie, acompanhado por McCoy Tyner, Waine Shorter e Elvin Jones.

Mas gozou de um grande sucesso com o grande público com uma série de álbuns a solo no início dos anos 70 entre os quais Red Clay, Straight Life e First Light premiado com Grammy.

O seu tom lustroso, o registo alto cheio de brilho e as notas de meio-pistão, apertadas, estilo blues fizeram dele um candidato ao título de Miles Davis de maior trompetista de jazz daquela era.

"Toquei algumas coisas que não penso que muitos tipos vivos hoje podem tocar," disse ele o ano passado enquanto promovia o seu último álbum On The Real Side.

A sua carreira foi ameaçada no início dos anos 90 quando anos a fio de digressão e gravações levaram a uma lesão no lábio, a partir da qual ele podia apenas tocar ocasionalmente.

"O meu conselho a qualquer jovem trompetista é não fazer o que eu fiz porque aquele estilo pode ser prejudicial para a saúde", disse no ano passado.

Hubbarddeixou a sua mulher de 35 anos Briggie Hubbard, e o seu filho Duane.

Recomendações:

Ready for Freddie, Freddy Hubbard, Blue Note, 1961

Mayden Voyage, Herbie Hancock, Blue Note,1965


Desabafo:

Miles foi muito mais do que um trompetista, é uma lenda da música, inclassificável, percorreu quase todos os caminhos possíveis. Mas agarrado ao trompete soube inteligentemente compensar a sua falta de brilhantismo técnico com uma expressividade e lirismo excepcionais. Freddie tinha as duas qualidades anteriores. Queria que este comentário os aumentasse aos dois, e não passasse por um elogio de Freddie em detrimento de Miles, com dois estilos tão diferentes.


Artigo original, em inglês:

http://news.bbc.co.uk/2/hi/entertainment/7804290.stm

Saturday, December 27, 2008

Reveillon 2008 - actualizado


Janus, Museo del Duomo, Ferrara

O Quê: Reveillon 2008
Quem organiza: Ondeando
Onde: Costa da Caparica
Quanto: 25€
Bar Aberto: Não
Contacto: 212 905 499

O Quê: Noite de Reveillon con D. Kikas
Quem organiza: Aires Silva
Onde: Armazém F - Rua Cintura do Porto, 65 - Santos - Lisboa
Quanto: 120€ Individual - 220€ Casal (com Jantar) / 75€ Individual - 130€ Casal (sem Jantar)
Passou, sem nenhuma explicação, para 30€ (com Jantar) - 15€ (sem Jantar) ??!!??
Bar Aberto: Sim
Contacto: 963 660 756
Site: -

O Quê: Reveillon Escola de Dança STEPS
Quem organiza: Waty Barbosa e Arthur
Onde: Rua dos Caminhos de Ferro, 90-B - Santa Apolónia - Lisboa
Quanto: 40€ Individual - 70€ Casal
Bar Aberto: Sim
Contacto: 964 718 525 - 918 284 741
Site: -

O Quê: Reveillon
Quem organiza: Dança no Coração / Círculo de Dança de Lisboa / Escola das 1001 Danças (Ateneu)
Onde: Teatro da Luz
Quanto: 20€ Individual
Bar Aberto: Não
Contacto: 913 317 055
Site: http://dancanocoracao.blogspot.com/

Casa de África em Lisboa - Livros do Ano 2008



Não Ficção
"From Genocide to Continental War: The Congo Conflict and the Crisis of Contemporary Africa"
Gérard Prunier, 544p, Hurst
Compreender o Congo, por um historiador que viaja em África há 37 anos e autor do "The Ruanda Crisis". Desde a morte de Mobutu Sese Seko, que dominou o país durante 32 anos até ao seu afastamento em 1997 e o aparecimento de milícias rebeldes e exércitos estrangeiros, envolvendo quase todos os países da região.
Creio que existe uma edição do mesmo livro nos EUA da Oxford University Press.
Consultar também os artigos de Muayila Tshiyembe "Kinshasa menacé par la poudrière du Kivu"(sobre os recursos minerais do Kivu), e Delphine Abadie, Alain Deneault e William Sacher "Balkanisation et pillage dans l'Est congolais"(sobre as ligações ao Canadá), Le Monde Diplomatique, de Dezembro 2008, edição francesa.
Review do FT, em inglês:
http://www.ft.com/cms/s/0/70bffd44-c719-11dd-97a5-000077b07658.html



Não Ficção
"Africa: Altered States, Ordinary Miracles"
Richard Dowden, 448p, Portobello Books
O autor é jornalista há 30 anos, trabalhou no Economist e é actualmente director da Royal African Society, partilhando neste livro a sua vasta experiência colhida no Uganda, Nigeria, África do Sul, Zimbabué, Sudão e Senegal.
Review do Guardian, com erros anotados, em inglês:
http://www.guardian.co.uk/books/2008/nov/01/africa




Ficção
A Mercy, Toni Morrison, Alfred A. Knopf
O novo livro de Toni Morrison conta a história de uma criança escrava e de uma casa onde vivem várias mulheres orfãs na América do séc. XVII.
Extracto do primeiro capítulo, em inglês:
http://www.nytimes.com/2008/11/30/books/chapter-a-mercy.html

Friday, December 26, 2008

Estudos Africanos - University of Chicago Press (2005-2008)


A University of Chicago Press tem um catálogo extenso com títulos sobre os mais diversos temas sob a égide dos Estudos Africanos: sobre África mas também sobre a cultura afro-americana.
Destacamos as publicações sobre Música e Etnomusicologia, com forte presença da música africana, e por isso apresentamos uma selecção mais alargada.
Sinopses de todas as publicações em http://www.press.uchicago.edu/.

Witchcraft and Anthropology
  • Bewitching Development - Witchcraft and the Reinvention of Development in the Neoliberal Kenya, James Howard Smith, 2008, UCP
  • Witchcraft - Violence and Democracy in South Africa, Adam Ashforth, 2005 UCP
  • Madumo - A Man Bewitched, Adam Ashforth, 2000 UCP
  • Kupilikula - Governance and the Invisible Realm in Mozambique, Harry G. West, 2005 UCP

Anthropology
  • Gangs, Politics and Dignity in Cape Town, Stephen Jensen, 2008 UCP
  • The New Urban Renewal - The Economic Transformation of Harlem and Bronzeville, 2008 UCP
  • Routes of Remembrance - Refashioning the Slave Trade in Ghana, Bayo Holsey, 2007 UCP
  • Culture Troubles - Politics and the Interpretation of Meaning, Patrick Chabal and Jean-Pascal Daloz, 2006 UCP
  • The Pan-African Nation - Oil and the Spetacle of Culture in Nigeria, Andrew Apter, 2005 UCP
  • Dilemmas of Culture in African Schools - Youth, Nationalism and the Transformation of Knowledge, Cati Coe, 2005 UCP
  • Uncertain Honor - Modern Motherhood in an African Crisis, Jennifer Johnson-Hanks, 2005 UCP
  • The Illusion of Cultural Identity, Jean-François Bayart, 2005 UCP

Geography and Society
  • Challenging Nature - Local Knowledge, Agroscience and Food Security in Tanga Region, Tanzania, Philip W. Porter, 2006 UCP

Politics and Society
  • Robert Clifton Weaver and the American City - The Life and Times of an Urban Reformer, Wendel E. Pritchett, 2008 UCP
  • Minority Report - Evaluating Political Equality in America, John D. Griffin e Brian Newman, 2008 UCP
  • Law and Disorder in the Postcolony, Editado por Jean Comaroff e John L. Comaroff, 2006 UCP
  • A Future for Africa - Critical Essays in Christian Social Imagination, Emmanuel M. Katongole, 2005 UCP
  • The HIV and AIDS Bible - Selected Essays, Musa W. Dube, 2006 Distributed for the University of Scranton Press

Music and Ethnomusicology

Tuesday, December 16, 2008

Casa de África (CAL) - Invasão da Hypemachine



Na barra do lado direito podem espreitar o que se ouve na Casa de África.
Como esta semana vamos publicar aqui a entrevista com os Last Poets da Perfect Sound Forever, fizemos uma selecção de nomes grandes da história do hip-hop.
Basta clicar no símbolo da Hypemachine.

Sunday, December 14, 2008

Tim Hamill sobre Arte Tradicional Africana

Os trabalhos expostos na nossa galeria, e as imagens mostradas no nosso site, são peças tradicionais de muitos dos povos mais importantes da África Ocidental e Central, seleccionados para dar uma amostragem representativa dos temas, técnicas e estilos da arte tribal Africana. As artes visuais em África vão da decoração do corpo (como pintura do corpo e escarificação), jóias e roupa, até arquitectura, objectos utilitários (como armas, moeda, mobília e utensílios), instrumentos musicais e escultura, que são usualmente figuras e máscaras. Todos eles serviram uma função nas sociedades tribais tradicionais, para preservar e transmitir as crenças e valores destas sociedades que não possuíam documentos escritos. As máscaras eram parte de fatos de corpo inteiro e eram usadas com música e dança em espectáculos rituais para controlo social, educação dos jovens, melhorar a fertilidade ou o sucesso, adivinhação, estatuto e diversão. As figuras normalmente descreviam ancestrais ou espíritos; a maior parte eram venerados e ofereciam-lhe orações e sacrifícios em troca de protecção e bem estar. Alguns objectos eram considerados mágicos e acreditava-se que tinham grandes poderes.
O trabalho é “tradicional” porque foi realizado no mesmo estilo básico através das gerações ou mesmo séculos. O estilo de cada peça é determinado pela sua significância espiritual e simbólica na vida da tribo. A espectacular variedade de estilo abarca uma linguagem visual complexa e variada. Há aqui uma intemporalidade que está lutando para sobreviver à influência do Colonialismo, Islão, Cristianismo, desenvolvimento moderno e todos os problemas actuais de África. Todos nós podemos honrar e apreciar uma expressão da criatividade humana com uma imagética rica e um poder que atravessa barreiras étnicas. Esperamos que ajude cada um de nós a ganhar respeito e conhecimento sobre África e o seu povo.
A maior parte dos trabalhos é esculpido em madeira; muitos incluem adições de tecido, ráfia, metal, penas, couro, unhas, pigmento, petróleo, contas ou oferendas sacrificiais. Muitas das máscaras perderam a sua ráfia e o seu fato e devemos ter consciência de que elas nunca foram criadas para serem objectos estáticos mas dotadas de ritmo, espírito e magia através do uso da música, dança, teatro e voz. Peças de metal, tais como armas (ceremoniais ou reais) e moeda sobrevivem mais do que a madeira nos trópicos. A maior parte das peças de madeira tem entre 10-50 anos.
Eu colecciono Arte Africana devido ao seu poder, beleza, magia e maestria de execução. A minha perspectiva é a de um artista, não a de um antropólogo. Eu escolho peças baseado em critérios visuais formais, algum conhecimento das tradições tribais, e como eu sinto que a peça consegue no que visa e se o trabalho me dá um sentido interior de satisfação, prazer e mistério. Não é necessário certamente compreender muito de arte Africana para se ter prazer com ela, num misto de maravilha e espanto.

Tim Hamill, Director,
Hamill Gallery of African Art, Boston

Texto original em:
http://www.hamillgallery.com/SITE/AfricanArtStatement.html

Thursday, December 11, 2008

Barkley L. Hendricks: Exposição Birth of the Cool no Studio Museum Harlem em New York

Sweet Thang, Barkley Hendricks, 1975


Decorre até 15 de Março de 2009, no museu Studio Museum Harlem, em Nova Iorque, a primeira exposição retrospectivado pintor Barkley L. Hendricks. Nascido em 1945 em Filadélfia, estudou na Academia de Belas Artes da Pensilvânia (Pennsylvania Academy of Fine Arts) e na Universidade de Yale, vivendo e trabalhando hoje em New London, Connecticut.
Ficou conhecido pelos seus retratos de tamanho natural de pessoas negras habitantes de zonas urbanas nos anos 60 e 70. Esta exposição sem paralelo dos quadros de Hendricks inclui trabalho de 1964 até ao presente.
Ao lado dos seus retratos icónicos, estarão trabalhos menos conhecidos, quer antigos quer as peças mais recentes, estudos feitos ao ar livre da paisagem da Jamaica.
esta exposição foi organizada pelo Museu de Arte Nasher da Universidade Duke e é curada por Trevor Schoonmaker, indo viajar para o Museu de Arte de Santa Monica, Academia de Belas Artes da pensilvânia e o Museu de Artes Contemporâneas de Houston depois de deixar o Studio Museum.
Já que o Sr. Hendricks foi fortemente influenciado pela arte Europeia, esperamos que a sua obra também nos visite por aqui.


Visita guiada em inglês na Photo Gallery em:
http://www.nasher.duke.edu/exhibitions_hendricks.php

Site do Museu onde está actualmente a exposição:
http://www.studiomuseum.org/barkley-l-hendricks-birth-of-the-cool/

(Fonte: Studio Museum Harlem, Nasher Museum of Art)

Friday, December 5, 2008

Centro de Arte Africana Contemporânea.

Tríptico Ngola Bar de Kiluanji Kia Henda.


Nós por aqui gostamos que as ideias e a cultura ganhem pedra e cal.

Votos de que José António Fernandes Dias consiga conservar a independência da instituição e a sua abertura aos países não lusófonos.

A foto é apenas um tributo da CAL a um grande fotógrafo angolano.

Que grande notícia!

CAL

Africa.cont será anunciado oficialmente dia 9
Centro de arte africana contemporânea é aposta estratégica do Governo

29.11.2008 - 14h34 Alexandra Prado Coelho
Acontece exactamente um ano depois da cimeira UE-África, e não é por acaso. No próximo dia 9, o primeiro- -ministro José Sócrates irá anunciar a criação do África.cont, um centro de arte africana contemporânea em Lisboa. Um projecto considerado estratégico para, explicou ao PÚBLICO o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, "a consolidação de Lisboa como espaço euro-africano". Ou, nas palavras de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), para "perpetuar esta realidade de Lisboa ser a ponte entre a Europa e África".

O anúncio irá acontecer num jantar oferecido por Sócrates, e para o qual estão convidados os embaixadores dos países africanos em Portugal, vários empresários portugueses e africanos e o antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan (presença ainda não confirmada).

O projecto nasce também já com uma morada, revelou ao PÚBLICO José António Fernandes Dias, consultor da Fundação Gulbenkian, especialista em arte contemporânea africana e o homem convidado para conceber o novo centro.

O África.cont ficará instalado nas Tercenas do Marquês, edifício do século XVIII, actualmente bastante degradado, situado no "miolo" entre a Rua das Janelas Verdes e a Avenida de 24 de Julho, próximo do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e terá entrada por ambos os lados.

Dado que o espaço, que inclui o Palacete Pombal e três antigos armazéns, precisa de obras, a proposta de Fernandes Dias foi que se convidasse um arquitecto africano. A escolha está feita e David Adjaye (nascido na Tanzânia mas a viver em Londres) tem já pronto o anteprojecto (financiado pela Fundação Gulbenkian), que será apresentado no jantar de dia 9.

"Ele já cá veio ver o espaço, e ficou muito excitado com o projecto", conta Fernandes Dias, sublinhando que Adjaye conhece bem Portugal, tendo estagiado no Porto com o arquitecto Eduardo Souto de Moura.

Para além da lusofonia

Comecemos então a história pelo princípio. Há um ano, quando Lisboa recebia os líderes africanos e declarava a intenção de ser a tal ponte entre a Europa e África, António Costa contactou Fernandes Dias e apresentou-lhe, pela primeira vez, a ideia que partira, inicialmente, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado: a criação de um museu de arte africana contemporânea.

"Disse-lhe que tinha duas objecções", conta Fernandes Dias. "Um museu parece-me uma instituição demasiado fechada, com grandes encargos de conservação. Além disso, íamos mostrar o quê? Não tínhamos colecção. Por outro lado, sugeri que não se restringisse às artes visuais. Fazia mais sentido ter um centro cultural, multidisciplinar, com uma lógica de projectos que se vão desenvolvendo."

Costa concordou e nasceu o África.cont ("cont" de continente, mas também de contemporâneo). Fernandes Dias sublinha mais dois pontos. Primeiro: "Este não é um projecto da lusofonia. A ideia é precisamente ir para além da lusofonia". Segundo: "Pedi autonomia de programação - e isso foi-me garantido". Ou seja, não haverá, por exemplo, uma exposição com artistas de um determinado país só porque acontece nessa altura a visita oficial a Portugal de um dirigente desse país.

Programação para 2009

Estando esses pontos assentes, o coordenador do projecto avançou para o planeamento da programação. Prevê-se que as obras nas Tercenas do Marquês estejam concluídas em 2011, e que o centro se instale aí definitivamente no início de 2012. Mas a programação arranca já, em espaços provisórios, a partir do próximo ano.

Ao longo de quatro fins-de-semana, em Março, Abril e Maio, haverá no São Jorge um ciclo de novo cinema africano, comissariado por Manthia Diawara, professor de Estudos Africanos na Universidade de Nova Iorque e autor do documentário que acompanhou o projecto da artista Ângela Ferreira para o pavilhão português na Bienal de Veneza 2007. Serão apresentadas quatro dezenas de filmes, haverá debates, e Fernandes Dias espera poder contar com a presença de muitos dos realizadores.

A segunda iniciativa é uma mesa--redonda com intelectuais e agentes culturais africanos para discutir "o modelo da instituição [o África.cont] do ponto de vista africano". Haverá também uma exposição vinda da Casa África, de Las Palmas, com sete vídeos feitos por jovens realizadores africanos nas suas cidades.

E, por fim, haverá ainda uma exposição que reunirá a arte africana contemporânea que existe nas colecções portuguesas, numa colaboração com outras fundações - Gulbenkian, Serralves, Berardo, Culturgest e Ellipse.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1351647

Sunday, November 30, 2008

Festa de Santa Catarina na Outurela

Imagem de www.caboindex.com


Hoje a Associação Assomada organiza na Outurela a festa de Santa Catarina.
Animação até às 22h.

Informação completa em:
www.caboindex.com

Thursday, November 27, 2008

Festival Mistura 2008 - Cinema S. Jorge 28 e 29 Novembro 2008

Imagem de www.caboindex.com

Para quem gosta de misturas, alguns destaques de concertos.

Sábado, 29 Novembro
19h50 Mário Lúcio
21h15 Macacos do Chinês


http://www.sonsdalusofonia.com/

Thursday, November 20, 2008

André Cabaço na Fábrica Braço de Prata

Imagem de raizeseantenas.blogspot.com.


Sexta-feira, dia 21 Novembro André Cabaço ao vivo na Fabrica Braço de Prata às 23h30.

O elenco será André Cabaço, Guitarra e Voz, Mick Trovoada, Percussão, Kissange e Voz e Ndu, Percussão, Marimba e Voz

Fabrica Braço de Prata
Rua da Fábrica do Material de Guerra, nº1

www.bracodeprata.org

Wednesday, November 19, 2008

Cesária Évora: Concerto Único

Imagem de caboindex.com.


Chamam-lhe a diva dos pés descalços. Por uma razão simples: é uma diva que canta de pés no chão. No S. Jorge, dia 26, para apresentar o disco Rádio Mindelo.
Este disto contém gravações de 1960, de uma Cesária Évora com 20 anos e uma voz fresca e ágil.

Saturday, November 15, 2008

Buraka Som Sistema

Hoje, dia 15 de Novembro, ao vivo na Voz do Operário. Às 21h ou 22h, vamos confirmar.
Kuduro progressivo até cair!
CAL

Wednesday, November 12, 2008

Biografia Miriam Makeba

Imagem de www.wijsf.com

Artigo original da BBC.
http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/7719318.stm

Durante a sua vida Miriam Makeba, que morreu aos 76 anos de idade, chegou ao pico do sucesso internacional e caiu em baixios trágicos muitas vezes.

"Num momento estou a jantar com presidentes e emperadores; no seguinte estou a pedir boleia", disse a um entrevistador em 2000.

A cantora de clubes de Joanesburgo tornou-se numa voz da luta anti-apartheid na África do Sul.

Apesar de ter dito muitas vezes que as suas canções não eram políticas~, pagou um preço elevado pelo seu activismo.

O governo Sul-Africano cancelou o seu passaporte, enviando-a para um exílio de 31 anos.

Depois da sua ligação com Stokely Carmichael em 1968, um líder dos radicais Panteras Negras (Black Panthers), as editoras de discos Americanas abandonaram-na e a sua agenda de concertos cancelada.

"Eu apenas disse ao mundo a verdade, e se a verdade se converte em política eu não posso fazer nada ácerca disso,", disse ela ao sítio cultural Salon.com em 2000.

Peguei no meu passaporte. Tinha sido carimbado 'Inválido'. Fizeram-no, disse a mim mesma. Exilaram-me.
Miriam Makeba
A sua carreira foi também frustrada por uma gestão financeira pobre, o que significou que ela teve que continuar a actuar independentemente do que estava a acontecer na sua vida.

Ela dizia que ao podia cancelar concertos - em 1998 ela ão compareceu ao funeral do Sr. Carmichael na Guiné por causa dos seus compromissos musicais.

Sucesso

Nasceu em 1932 em Joanesburgo filha de um sangoma ou curandeiro tradicional.

O seu pai morreu quando ela tinha seis anos.

Nos anos 50 cantou com bandas de jazz de townships (bairros na África do Sul para não europeus) mas não ganhou grande dinheiro a tocar em clubes e bares.

MIRIAM MAKEBA
1932: Nascida em Joanesburgo, África do Sul
1959: Estrela da ópera jazz King Kong e do filme anti-apartheidCome Back, Africa, conhece Harry Belafonte
1962: Actua na festa de aniversário do Presidente Kennedy
1960: Impedida de regressar à África do Sul
1963: Testemunha contra o apartheid nas Nações Unidas
1966: Torna-se a primeira mulher Africana a ganhar um prémio Grammy
1968: Casa com o Black Panther Stokely Carmichael e muda-se para a Guiné
1974: Actua no aquecimento do combate de boxe Rumble in the Jungle entre Mohammed Ali e George Foreman
1985: Muda-se para Bruxelas depois da morte da sua filha
1990: Regressa à África do Sul depois de um pedido pessoal de Nelson Mandela
2005: Inicia uma "digressão de despedida" á volta do mundo que dura três anos
2008: Morre em Caserta, Italy depois de um concerto, com 76 anos
Apesar de ser uma artista que gravava discos com sucesso, nunca recebeu royalties dos seus discos.

No início da sua carreira, ela e a sua banda estiveram envolvidos num acidente de automóvel e a polícia apenas socorreu as vítimas brancas do outro automóvelm deixando-a a ela e aos seus colegas de banda na estrada, dos quais três morreram.

O único dinheiro vinha das digressões em África, actuando em clubes de jazz da Rodésia (Zimbabué) ao Congo Belga (República Democrática do Congo).

Só em 1959 é que o mundo reparou nela.

Ela interpretou um papel principal num musical negro ácerca da lenda Sul-Africana do boxe Ezekiel "King Kong" Dlamini.

"Foi a única vez que a minha mãe me viu em palco," disse ao amigo e jornalista Gamal Nkrumah em 2001.

"A certa altura da peça eu sou estrangulada e a minha mãe salta do seu lugar e grita: 'Não. Não te vais safar com um assassínio. Não podes fazer isto à minha filha.' Amigos explicaram-lhe que aquilo não era real - que estávamos a representar. Mas ela fez um escândalo. Toda a gente estava embaraçada. No palco fiquei com o coração nas mãos."

No eleco estava também o trompetista Hugh Masakela, que se tornaria o seu terceiro marido anos depois quando estavam ambos no exílio nos EUA.

O seu primeiro marido foi um polícia Sul Africano, de quem ela se divorciou por causa da sua violência. Também casou com outro músico, Sonny Pillay, durante a sua estadia em Inglaterra.

No mesmo ano ela protagonizou o drama-documentário anti-apartheid Come back, Africa, ácerca das vidas dos trabalhadores migrantes que viviam nas townships de Joanesburgo.

Foi filmado na área de Sophiatown, bairro de Joanesburgo, parcialmente com câmeras escondidas e parcialmente sob o pretexto de ser um filme sobre música de rua.

O filme foi levado secretamente da África do Sul e mostrado no festival de cinema de Veneza, e ela teve autorização para ir assistir à estreia.

De Veneza viajou com o Sr Masakela para Londres.

Foi aí, enquanto cantava no programa de rádio da BBC 'In Town Tonight' (Na cidade esta noite) que Miriam Makeba encontrou Harry Belafonte, que lhe abriria a estrada do estrelato mundial.

Os anos dos EUA

Tornou-se um êxito maciço nos EUA. As pessoas enchiam os seus concertos e ela actuava rodeada de estrelas.

A sua combinação de ritmos Africanos e jazz em canções como Pata Pata atraíam quer as audiências mais convencionais quer as pessoas mais sofisticadas do jazz.

Em 1962 actuou na lendária festa de aniversário do Presidente dos EUA John F. Kennedy, onde Marilyn Monroe cantou Happy Birthday.

Deves tentar ser não um tornado - mas sim um submarino
Harry Belafonte
Mas o governo Sul Africano tinha ripostado pelo seu papel em Come Back, Africa.


Em 1960 descobriu que não a deixavam ir a casa assistir ao funeral da sua mãe.

"O homem na secretária pegou no meu passaporte. Não me disse nada. Tomou o carimbo e bateu com ele. Depois foi-se embora. Eu peguei no passaporte. Estava carimbado "Inválido". 'Fizeram-no.' disse a mim própria. 'Puseram-me no exílio," disse ela em 2001.

Ficou chocada com as tensões raciais que encontrou na América dos anos 60, e chamou-lhe "apartheid com outro nome".

Mas Harry Belafonte aconselhou-a a assumir um papel menos confrontacional no movimento dos direitos civis.

"Ele foi um bom professor e tomou conta de mim,", disse ao Guardian este ano.

"Ele disse: 'Tens um talento tão grande, deves tentar ser, não um tornado - mas sim um submarino. Foi um bom conselho quando me encontrei a falar no Comité Contra o Apartheid das Nações Unidas e depois na Assembleia Geral das NU."

Mas a sua relação com o revolucionário Stokely Carmichael acabou com a sua carreira nos EUA.

Outro Exílio

Foram para a Guiné onde o Presidente Sekou Touré lhe deu uma casa e lhe pagava um salário para que ela escrevesse e actuasse.

Também trabalhou como representante das Nações Unidas para a Guiné durante muitos anos, e por isso recebeu o prémio Dag Hammarskjold da paz em 1986.

Nessa altura, atormentada pela dor da morte da sua única filha Bongi, em 1985, deixou a Guiné e mudou-se para Bruxelas. A sua relação com o Sr. Carmichael tinha terminado em 1973.

Bongi morreu ao dar à luz um nado-morto mas a Sra Makeba tem dois outros netos, Nelson Lumumba Lee e Zenzi Monique Lee, e três bisnetos Lindelani, Ayanda e Kwame.

Em 1990 regressou à África do Sul pela primeira vez depois de Nelson Mandela lhe ter pedido para voltar.

Com o avançar da idade "Mama Africa", como ela era conhecida, começou a sofrer de osteoartrite e falta de ar.

Começou uma "digressão de despedida" em 2005, antes de se retirar, mas alongou-se por mais três anos.

"Toda a gente continua a telefonar e a dizer: 'Tu não te vieste despedir de nós,", disse a um estrevistador em Maio.

Artigo original da BBC.
http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/7719318.stm


Monday, November 10, 2008

Faleceu Mama Africa

Imagem de saharanvibe.blogspot.com.

Miriam Makeba, a cantora Sul-Africana, faleceu ontem, aos 76 anos, num teatro de Nápoles depois de actuar num concerto em apoio de Roberto Saviano, escritor ameaçado de morte pela máfia. Uma mulher de grandes causas, até ao seu derradeiro dia.

(Notícia RDP África)

Saturday, November 8, 2008

Concerto no Chapitô - 9 de Novembro 2008


Domingo não percam ao vivo no Chapitô, Felipe Santo e Mick Trovoada entrada livre
as 22h.Com reportório de originais do Felipe e recolha da musica de S.Tomé e Principe dos anos
60/70.

O Chapitô fica na Rua Costa do Castelo 1-7.

Felipe santo- Voz,Guitarra e percussão
Mick Trovoada -Percussão e voz

Recordo com saudade os bons tempos passados no Grafitti Café em Olival Basto.
Selecção musical de gosto irrepreensível e boa comida.

CAL

Friday, November 7, 2008

Inquérito e Jantar

Quando tiver um momento do seu tempo, participe no inquérito relativamente aos temas focados na Casa de África em Lisboa.
Queremos ajustar a nossa selecção aos temas que vos interessam mais ou que vos possam ser úteis.

Comemoramos um ano de actividade em 1 de Janeiro de 2009, e gostaríamos imenso que partilhassem as vossas opiniões e críticas deste ano de 2008.

Também gostaria de saber do vosso interesse para nos juntarmos num jantar, em Lisboa, para nos conhecermos pessoalmente, antes do final do ano.

Casa de África em Lisboa
CAL

Thursday, November 6, 2008

Actualizações site africalisboa.googlepages.com

O Salão de Baile foi actualizado com duas festas novas.

http://africalisboa.googlepages.com/dancar_salao


CAL (Casa de África em Lisboa)

Wednesday, November 5, 2008

Barack Obama é o novo Presidente dos USA

Barack Hussein Obama II, filho de Barack Obama Hussein Sr, um Queniano do grupo etnolinguístico Luo (presente no Quénia, Tanzânia e Uganda), e Ann Dunham, de Wichita, Kansas, ganhou as eleições dos USA.

Quanta alegria nas caras dos menos poderosos. Quantas lágrimas emocionadas na cara de Jesse Jackson. Quanto peso nos teus ombros, homem.
Que todos os homens que lutaram pela liberdade te inspirem neste dia mágico.

Hei, Booker T. Washington!
Hei W.E.B. Du Bois!
Hei Rosa Parks!
Hei Martin Luther King!
Hei Malcom X!

Ninguém poderá roubar-te a poesia que devolveste ao mundo. Boa sorte.

Monday, November 3, 2008

Livros: Antologia de Autores da Claridade em Francês

Imagem de amazon.fr

Já é uma edição de 2003, da Chandeigne, uma antologia de textos de escritores ligados à Revista Claridade: Manuel Lopes, Baltasar Lopes, António Aurélio Gonçalves e Henrique Teixeira de Sousa.
A Revista começou a editar-se em 1936 na cidade do Mindelo, em S. Vicente e foram editados 9 números até 1960 e contou também no número dos seus responsáveis com o poeta Jorge Barbosa.

Fonte: Wiki

Sunday, November 2, 2008

Livros: Neves e Sousa, Pintor de Angola.

Imagem de www.multiculturas.com



Vai ser posto à venda o livro da Sextante Editora que foca a obra do pintor angolano Neves e Sousa, com uma obra centrada na beleza natural de Angola e sua gente.
Diz-se que por vezes saía de casa para pintar e voltava passado três meses ou mais.

Notícia Antena 2.

Thursday, October 30, 2008

Especial USA (United States with Africa) Clifford Brown


Imagem de dkpresents.wordpress.com.



Trompetista. Nasceu a 30 de Outubro de 1930. Poucos anos de vida, apenas 25. Não bebia e as suas drogas eram donuts e o xadrez.
A sua vida terminou abruptamente em Junho de 56, numa noite chuvosa, em que pereceram os seus companheiros de viagem Richie Powell (irmão mais novo de Bud Powell, também pianista) e a mulher deste Nancy.
Sempre me impressionou a desenvoltura com que solava, com velocidade e com aquela naturalidade de quem sabe onde está a conduzir o seu som e um fraseado rico. Mas como não sou crítico de jazz o melhor é escutar a sua voz única.
Como recomendação de audição ficam, com o baterista Max Roach:
-Study in Brown (Clifford Brown/Max Roach), EmArcy/Polygram, 1955
-Clifford Brown & Max Roach (Clifford Brown/Max Roach), EmArcy/Polygram, 1954

Mas ele também está a soprar numa pérola da história do Jazz, com a cantora Sarah Vaughan de 1954, com os seus solos curtos, incisivos e luminosos. Fica a vontade que se estendessem muito mais, mas mesmo assim são muito mais do que comentários do trompete à forma fabulosa da voz da Sra Vaughan, cantando sem esforço. É esta a versão que toca na minha cabeça quando recordo September Song de Kurt Weil, quando Clifford Brown, um homem do bebop, sopra como o vento nas folhas outonais. Escutem.
Sarah Vaughan with Clifford Brown (Sarah Vaughan/Clifford Brown), EmArcy/Polygram, 1954

Obrigado Antena 2 por relembrares notícias tão importantes.
Fontes: Wikipedia, www.jazzitude.com)

Monday, October 27, 2008

Actualizações site africalisboa.googlepages.com

O Restaurante foi actualizado com as moradas e um link para os mapas do Google.

http://africalisboa.googlepages.com/restaurante


CAL (Casa de África em Lisboa)

Sunday, October 26, 2008

B.Leza - Palácio Almada Carvalhais

O Palácio Almada Carvalhais, antiga morada do Bar B.Leza foi aquirido pelo Fundo Sete Colinas, um fundo imobiliário gerido pela Fundimo do Grupo Caixa Geral de Depósitos. Segundo a fonte contactada o futuro do palácio ainda não está definido.

Wednesday, September 24, 2008

Organização Mundial de Saúde - Parabéns S. Tomé e Príncipe





Progressos no controlo da malária, mas o peso ainda é enorme

Relatório novo indica que mais fundos levam a uma cobertura maior de intervenções no controlo da malária



18 Setembro 2008 | GENEBRA -- O peso da malária permanece enorme, mas o acesso a intervenções de controlo da malária, especialmente redes de cama em África, aumentou significativamente entre 2004 e 2006, segundo um relatório divulgado hoje.

"Com o aumento dramático de fundos e um movimento intenso para reduzir o peso da malária em anos recentes, temos uma necessidade maior de informação e análise fiável," disse a Directora Geral da OMS Dra Margaret Chan. " Este relatório começa a responder a essa necessidade. O progresso no controlo da malária acelerou dramaticamente desde 2006, especialmente no seguimento da chamada do Secretário-Geral das Nações Unidas para a cobertura universal do controlo da malária até 2010. Esperamos que estes esforços expandidos sejam reflectidos em relatórios futuros."

O World malaria report 2008/Relatório Mundial da Malária 2008, que corresponde a informação recolhida entre 2004 e 2006, traça um quadro complexo. Alguns destaques são:

  • Novos métodos estimam que o número de casos de malária em 2006 foi de 247 milhões.
  • Crianças pequenas permanecem de longe as com maiores probabilidades de morrer com a doença.
  • As mortes devidas à malária decresceram em vários países, e umas poucas nações africanas conseguriam reduzir as mortes para metade seguindo as medidas recomendadas.
  • Desde 2006, mais fundos resultaram em acesso acelerado a intervenções de malária, incluindo redes de cama e medicamentos eficazes.
  • Em Africa, a terapia combinada baseada em artemisin (artemisina?) (ACT), que é recomendada pela OMS, chegou apenas a 3% das crianças necessitadas.

Aumento da cobertura de redes de cama

O relatório indica que os aumentos recentes no financiamento do combate à malária começaram a traduzir-se em cobertura de intervenções chave sobre a malária, especialmente, redes de cama, em 2006. A percentagem de crianças protegidas por redes tratadas por insecticida aumentou quase oito vezes, de 3% em 2001 para 23% em 18 países africanos onde inquéritos foram executados em 2006. As compras de medicamentos anti-malária também aumentou claramente entre 2001 e 2006. Cerca de 100 milhões de pessoas, incluindo 22 milhões em África, foram protegidas por utilização de insecticida dentro de casa.

No entanto, muito trabalho permanece por fazer. Em África, apenas 125 milhões de pessoas estavam protegidas por redes de cama em 2007, enquanto que 650 milhões estão em risco.

"A malária é uma causa primária de mortalidade infantil", disse Ann M. Veneman, Directora Executiva da Unicef. "Se a disponibilidade de redes de cama e outras intervenções chave puder ser aumentada, há vidas que podem ser salvas."

Impacto positivo

Pela primeira vez, três países Africanos comunicaram reduções dramáticas nas mortes por malária de 50% ou mais. Eritreia, Ruanda e São Tomé e Príncipe atingiram este resultado entre 2000 e 2006/2007 através de uma mistura de distribuição de redes de cama, pulverização dentro de casa, acesso melhorado a tratamento e avanços em vigilância da doença. Adicionalmente, observaram-se melhorias significativas em outros países Africanos tais como Madagáscar, Zâmbia e a Tanzânia.

Mais seis países comunicaram uma queda em mortes de malária em 2006: Cambodja, Laos, Filipinas, Suriname, Tailândia e Vietname.

"Sabemos que as intervenções de controlo de malária funcionam e que podemos progredir rapidamente em direcção ao fim das mortes de malária," disse Ray Chambers, o Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Malária. "Agora é a altura de alargar estes resultados a toda a aÁfrica e o resto do mundo."

De acordo com os dados dos programas nacionais de controlo da malária, África teve um aumento de financiamento maior do que qualquer outra região entre 2004 e 2006. Os investimentos foram liderados pelo Fundo Global para Combater a SIDA, Tuberculose e Malária (Global Fund to Fight AIDS, Tuberculosis and Malaria), e suportado por organizações bilaterais e multilaterais assim como governos nacionais.

Noutras regiões, as fontes de financiamento foram altamente variáveis, mas os governos nacionais forneceram o grosso do dinheiro. Apesar do financiamento para a malária ter sido em 2006 o mais elevado de sempre, ainda não é possível avaliar que países têm recursos adequados e ainda existem diferenças apreciáveis.

Malária: o que é?

A malária é causada por um parasita chamado Plasmodium, que é transmitido pelas mordeduras de mosquitos infectados. No corpo humano, os parasitas multiplicam-se no fígado, e depois infectam os glóbulos vermelhos sanguíneos.
Os sintomas da malária incluem febre, dores de cabeça e vómitos, e normalmente aparecem entre 10 e 15 dias depois da mordedura do mosquito. Se não for tratada, a malária pode rapidamente ameaçar a vida ao impedir o fornecimento de sangue a orgãos vitais. Em muitas partes do mundo, os parasitas desenvolveram resistência a vários medicamentos de malária.
As intervenções chave para controlar a malária incluem: tratamento rápido e eficaz com terapias combinadas baseadas em artemisinina; uso de redes insecticidas por pessoas em risco; e pulverização residual dentro de casa para controlar os mosquitos vector.

Que tal mandar um email de parabéns a S. Tomé e Príncipe?

embaixada@emb-saotomeprincipe.pt

Fonte:WHO/OMS

Links e mais dados da OMS em inglês:
http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2008/pr32/en/index.html
http://www.who.int/topics/malaria/en/index.html



Monday, September 22, 2008

Actualizações site africalisboa.googlepages.com




No Salão de Baile estão ainda mais sítios para aprender a dançar.
http://africalisboa.googlepages.com/aprender_salao

Agradecimentos à Carlota.

CAL (Casa de África em Lisboa)

Sunday, September 21, 2008

Soweto Gospel Choir

Cantam uma fusão entre gospel africano e música religiosa Ocidental, com influências de reggae e música popular americana.
Cantam em 8 línguas, incluindo Xhosa uma língua clique.
Este ano surpreenderam toda a gente ao ganharem um Grammy com o álbum "African Spirit" depois de de em 2007 terem feito o mesmo com "Blessed", na categoria Melhor Álbum de Música Tradicional.
Mais recentemente acompanham Peter Gabriel na canção "Down to Earth" da banda sonora do filme Wall*e.



Soweto Gospel Choir "The Lion Sleeps Tonight"




Fontes: BBC Africa on your street; Wikipedia; NPR Radio

Monday, September 15, 2008

Umshini wami, hino do ANC

Zulu
Umshini wami mshini wami (lead)
khawuleth'umshini wami (Follower)
Umshini wami mshini wami,
khawuleth'umshini wami
Umshini wami mshini wami,
khawuleth'umshini wami
khawuleth'umshini wami
Wen'uyang'ibambezela(Lead)
umshini wami, khawuleth'umshini wami(Follower)

English
My machine my machine Gun
Please bring my machine gun
My machine gun my machine gun
Please bring my machine gun
My machine gun my machine gun
Please bring my machine gun
Please bring my machine gun
You're pulling me back
My machine gun, Please bring my machine gun

Português
A minha metralha a metralhadora
Por favor a minha metralhadora
A metralhadora a metralhadora
Por favor a minha metralhadora
A metralhadora a metralhadora
Por favor a minha metralhadora
Por favor a minha metralhadora
Estás a mandar-me recuar
A metralhadora, Por favor a minha metralhadora

Jacob Zuma, provável futuro presidente da África do Sul, ao vivo.


(Letra retirada da Wiki)

Friday, September 12, 2008

Actualizações site africalisboa.googlepages.com

Olá,

O Salão de Baile foi redecorado. Agora tem um Hall de entrada e uma secção Dançar e outra Aprender. A informação foi actualizada com a vossa preciosa colaboração.
http://africalisboa.googlepages.com/salao
http://africalisboa.googlepages.com/dancar_salao
http://africalisboa.googlepages.com/aprender_salao


A empresa de telecomunicações já instalou um Dalifone na página principal para que possam contactar-nos ou actualizar informação. O toque é uma discreta fricção das pinças do lavagante, quase imperceptível mas clara para ouvidos crustáceos.

CAL - Casa de África em Lisboa

Tuesday, September 9, 2008

Google e HSBC apoiam Projecto de Internet em África




Terça, 9 de Setembro de 2008

A empresa de Internet Google e o HSBC, o maior banco da Europa, juntaram o seu peso apoiando um projecto ambicioso que visa fornecer acesso à Web de alta velocidade e de baixo custo a 3 biliões de pessoas em África e outros mercados emergentes.
A Google juntou forças com o banco e a Liberty Global, um operador de cabo, para apoiar um grupo chamado O3b Networks acrónimo para os "Outros 3 biliões" de pessoas, no sentido de fornecer acesso internet baseado em satélites.
O3b networks disse num comunicado que os satélites seriam construídos pela Thales Alenia Space e deverão estar operacionais no final de 2010. O3b visa cobrir a Ásia, Àfrica, América Latina e Médio Oriente.
O projecto visa oferecer performance de fibra via sate´lite a partes do mundo onde não é comercialmente viável ou prático instalar redes de fibra.
Espera-se que o novo sistema reduza o custo de largura de banda para operadores de telecomunicações e fornecedores de serviços Internet, permitindo serviços de banda-larga e voz de custo eficiente e a alta velocidade, disse a empresa num comunicado.
O sistema estará ligado a redes core e torres de comunicações móveis de terceira geração assim como torres Wimax (N:Wi-Fi de maior alcance).
"Acesso ao backbone da Internet backbone ainda é extremamente limitado nos mercados emergentes" disse num comunicado o fundador Greg Wyler.
"Só quando os mercados emergentes conseguirem acesso universal e a um custo razoável ao resto do mundo é que começaremos a ver aparecer conteúdos gerados localmente, e-learning generalizado (ensino via net), tele-medicina e muitos outros catalizadores do cerscimento económico e social que reflectem o evrdadeiro valor da internet."

Artigo original:
http://www.reuters.com/article/ousivMolt/idUSL959618420080909
Site da O3b:
http://www.o3bnetworks.com/

Dada a geografia e a situação de transportes e educação em África, a revolução passa por aqui. Os laptops, ou qualquer outra coisa, conectados à web são as enxadas, as canetas e as kalashnikovs tudo ao mesmo tempo.
Citando Gil Scott-Heron "The revolution will not be televised." It will be online. It is. Can you hear it, can you dig it?

(Obrigado Repórter Vítor Fernandes, meu amigo das juventudes em que o fascínio de cidades a arder e espirais de fumo vistas da distância, que tanto interessaram Leonardo também nos iluminavam).

Friday, August 29, 2008

Aulas de Danças Africanas em Lisboa



Ocasião de luxo: aprender a dançar com a Susana Sequeira e partilhar a paixão dela pela dança e por Cabo-Verde. Além disso a Professora é de um rigor, profissionalismo e criatividade bestiais. Estamos a ser isentos?
Não, mas para além disto tudo ser verdade ela ainda por cima é nossa amiga.

Quando: Às Quintas-Feiras, pelas 20h
Onde: Assoc. do Recreio Artístico, Rua dos Fanqueiros, 286 (ao pé da Praça da Figueira)
Começa na Quinta-Feira 4 de Setembro.

A Casa de África em Lisboa apoia este evento.

Wednesday, August 20, 2008

Dia 30 de Julho faleceu Papa Wemdo



Considerado o pai da rumba Congolesa, morreu com 82 anos em Kinshasa, no Congo.
A sua música chamou primeiro à atenção nos anos 50 com "Marie Louise", que alguns Congoleses acreditavam podia acordar os mortos.
Wendo nasceu com o nome de Antoine Wendo Kolosoy na região Bandundu mas ficou orfão com nove anos de idade.
A morte de seus pais significou que ele foi cuidado por padres, até que ele os achou demasiado severos e partiu três anos depois, segundo a France-Press no comunicado do obituário.

O cantor começou a sua carreira como boxeador nos anos 40 e viajou nos Camarões e Senegal antes de fazer o seu primeiro disco em 1948.
A igreja Católica suspeitou que a sua canção "Marie Louise" tinha poderes satânicos e o cantor foi encarcerado por pouco tempo.
Nos anos 40 Wendo foi amigo do primeiro primeiro-ministro eleito legalmente no país Patrice Lumumba, mas este foi assassinado pouco tempo depois de tomar posse, no auge da Guerra Fria, em 1961, num plano de agentes dos EUA e Bélgica.
Quatro anos depois o chefe das Forças Armadas Joseph Mobutu tomou o poder e Wendo decidiu deixar de tocar música, citando razões políticas.
Mobutu foi expulso em 1997 e o pai do líder actual Joseph Kabila ajudou Wendo quando este recomeçou a sua carreira de gravações e concertos.
Um documentário sobre Wendo chamado On the Rumba River, feito pelo realizador francês Jacques Sarasin, foi lançado em Junho, e do qual mostramos o poster acima.
Assim para além dos gigantes da rumba congolesa dos anos 60 Tabu Ley Rochereau, Franco e Grand Kallé, ficamos a conhecer esta lenda que também já cantava e gravava muito antes da independência do Congo em 1960.

Fonte:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/entertainment/7533358.stm

Monday, August 18, 2008

Arte: Exposição "Black is Beautiful" no Museu De Nieuwe Kerk Amesterdam


Decorre até dia 26 de Outubro a exposição intitulada "Black is Beautiful" no Museu De Nieuwe Kerk em Amesterdão. A exposição debruça-se sobre a representação na pintura dos Países Baixos de figuras de raça negra ao longo de sete séculos. Para além dos aparecimentos de negros como servos ou elementos decorativos, destacam-se uma representação da Rainha de Sabá como negra, da mulher de Moisés como uma Etíope (nos autores clássicos os africanos eram designados por etíopes) e claro a super-estrela Baltazar, o Rei Mago, em várias Adorações ao Menino.
Na imagem em destaque a Naomi Campbell de Marlene Dumas mostra como a beleza pode pesar e esmagar o olhar.


Fontes:
Finantial Times, 2008-08-16
http://www.nieuwekerk.nl/en/index.htm (clicar em background)

Monday, August 11, 2008

Isaac Hayes faleceu


Ontem faleceu Isaac Hayes. Tinha estilo, cantava de uma forma soberba com uma voz barítono, e tem músicas inesquecíveis. Faleceu em Memphis, Tenessee, Domingo. Ia começar a trabalhar num disco novo na Stax.

Memória de 1971, a música tema do filme Shaft.



Imagem de Getty Images.
Mais informação em:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/entertainment/7552986.stm
http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/5306640.stm

Wednesday, August 6, 2008

Hamill Gallery Boston - Obrigado/Thank You

A imagem refere-se à exposição actual White (Branco) e tem uma máscara Kuba do Congo e um banco ritual Akan do Gana. Imagem Hamill Gallery, Boston.

HAMILL GALLERY of AFRICAN ART, Boston

A Hamill Gallery em Boston teve a amabilidade de dar à Casa de África permissão para utilizar as suas imagens no site e no blog. Neste site poderão encontrar maravilhosas exposições online de arte africana e explicações de algumas das tradições artísticas especificamente africanas, desde máscaras e amuletos a tecidos, tambores, bancos e escultura.
Destaques:
A não perder a secção de Angola sobre arte Tchokwe.
www.hamillgallery.com/CHOKWE/ChokweArt.html
E verifiquem uma exposição de amuletos ("fetishes") (estátuas ou objectos com poderes mágicos).
www.hamillgallery.com/EXHIBITIONS/Fetish!.html

Para além disso, ainda nos deram uma óptima dica: uma livraria online especializada em livros de arte, com uma selecção de livros sobre arte africana muito interessante.
www.cmgbooksandart.com
Estamos certos de que a galeria é um recurso excelente para todos os interessados em Arte Tradicional Africana.
E se forem a Boston não se esqueçam de visitar a galeria!
Obrigado a Bobbi e Tim Hamill.

-*-

Hamill Gallery in Boston was so kind to give Casa de África permission to use their images in the site and blog. In this site you can find wonderful online exhibitions of african art as well as some explanations regarding some of the specific african artistic traditions, from masks and amulets to textiles, drums, stools and sculpture.
Highlights:
Do not miss the Angola section about Tchokwe art.
www.hamillgallery.com/CHOKWE/ChokweArt.html
And check the fetish exhibition (fetishes are statues or objects with magic powers).
www.hamillgallery.com/EXHIBITIONS/Fetish!.html

Besides that they gave us a very good tip: an online bookstore specialized in art books, with a very interesting selection of books and catalogs.
www.cmgbooksandart.com
We are sure this is a wonderful resource for anyone interested in Traditional African Art.
And if you go to Boston don't forget to visit the gallery!
Thank you Bobbi and Tim Hamill.

Saturday, August 2, 2008

Odivelas - Badim Clube Aniversário I

LIVE-BLOGGING
O Badim Clube (badim significa familia em mandinga) é uma organização de origem muçulmana que realiza estas festas com o duplo intuito de recolher fundos para o apoio caritativo dos mais necessitados assim como manter as tradições acessíveis às crianças.
Na sala ao lado enquanto a banda aquece, as pessoas juntam-se para uns comes e bebes com o colorido das roupas e vozes alegres das senhoras.
Tendo tido ocasião de observar as duas koras que vão entrar em acção antes do espectáculo, reparei que uma delas tinha 10 cordas de um lado, 11 do outro, ambas presas nos cavaletes verticais à caixa de ressonância, e duas no topo, entrelaçadas, que julgo terem um tom mais grave como duplo baixo.
Uma das koras não tinha cravelhas como as de uma guitarra mas sim tiras entrançadas de couro enroladas no braço que esticam as cordas por rotação.
Que grande show de música afro-mandinga esta gente está a cozinhar só de os ouvir a aquecer!
Primeira música instrumental com o line-up de bateria, djembé, teclados, baixo, guitarra solo e guitarra ritmo, em toada descontraída. Segunda música com guitarra solo do anterior agora a fazer um ritmo cerrado muito funk e o guitarrista mais velho a fazer um solo melódico hipnótico. Uma senhora de idade respeitável inaugura a dança com passo cadenciado e decidido.
Número de dança a passo acompanhado por Djembé e bateria em tom de marcha a acelerar com a subida ao palco e com os gritos a passarem ao público. As saias são em azul escuro e claro às riscas, com t-shirts brancas e cabelo amarrado com panos brancos e uns pendentes metálicos em estilo árabe. Cantado em mandinga. As mulheres invadem zona em frente ao palco. As canções continuem com a voz masculina a alternar com a voz feminina principal ou o coro feminino, ajudado o ritmo por um apito e pelo baixo endiabrado. E quando o djembé acelera há comoção e gritos, sim senhor.
Paragem e recomeço com Seco Camarâ a cantar. Dueto com Malamba Sissé. Pausa para discursos de agradecimento. 0h45

Festa em Odivelas 2 de Agosto 2008

Dia 2 de Agosto de 2008, pelas 20h, na Escola Secundária de Odivelas, o Badim Clube organiza uma festa do seu 17 Aniversário com os seguintes artistas:
Sadjo Jólô
Lassana-Sisoko
Babu Galiza
Baba Kanunte
Seco Camarâ
Ndara Sumano
Fanta Djabate
Malamba Sisse
Sambalâ Kanunte

Contacto: 965 860 977

Tuesday, July 29, 2008

Casa de África (CAL) - Onde Dançar? Actualização

No link abaixo podem encontrar a actualização dos sítios onde se pode dançar e aprender danças africanas em Lisboa.

Agradecem-se comentários e sugestões de adições.

http://africalisboa.googlepages.com/salao

Sunday, July 27, 2008

FMM Sines - Baobab gourmet por Chef Barthélemy






Orchestra Baobab
Rudy Gomis - voz, maracas, clave
Assane Mboup - voz
Ndouga Dieng - voz
Balla Sidibe - voz timbales tambores
Barthelemy Attisso - guitarra
Latfi Benjeloun - guitarra
Issa Cissoko - sax tenor sax alto
Thierno Koite - sax alto
Charlie Ndiaye - baixo
Mountaga Koite - congas bateria

O concerto começou pelas 0h30, com os três cantores com camisas coloridas, laranja vermelho, rosa com dourado, um arco-íris quando a banda entrou em palco, mapa da sociedade das nações que esta banda representa de Marrocos, à Guiné, passando pelo Togo e Senegal, cantando em Wolof, Criolo da Guiné e de Cabo Verde e francês. A emoção era enorme, a par da Star Band de Dakar no clube Miami, a original orquestra Baobab era uma das estrelas do firmamento de Dacar na década de 70.
Ainda para mais estava presentes uma parte dos músicos que a fundaram em em 1970, para animar a abertura do Clube Baobab, em Dacar: Rudy Gomis, Barthélemy Atisso e Balla Sidibé. O Baobab era um clube de elite, frequentado por homens de negócios e políticos. A mistura musical da época era variadíssima, desde High-Life do Gana, a soul, pop, afro-cubana, rumba do Congo e morna do vizinho Cabo-Verde, e que precedeu um movimento de redescoberta dos instrumentos como o sabar, a kora e o balafon e das raízes musicais mais tradicionais. Tempo da voz maravilhosa de Laye Mboup falecido em 74.

Tema a tema
1 Início com ritmo afro-cubano.
2 Esta orquestra é uma máquina bem oleada e o Barthélemy a encantar com a subtileza dos seus solos. Nem parece que se reencontraram há 6 anos. A guitarra é amarelada mas brilha como se fosse dourada.
3 Excelente articulação entre voz principal e vozes secundárias, com solos incisivos e pujantes do sax de Thierno Koite.
4 Barthélemy com pedal reverb com um pouco de distorção a fazer chorar e gemer a guitarra em ritmo de marcha lento e compassado.
5 Duo de Issa e Barthélemy, dois motores de ritmo e musicalidade.
6 Barthélemy com mais um solo composto por glissandos celestiais e notas altas dadas com velocidade e precisão incríveis.
7 Bul Ma Miin
8 Utru Horas
Solo de guitarra com passagem de solo a uma corda, para acorde com marcaçao de tempo com toques secos no braço do instrumento.
9 Ritmo com cadência próxima do reggae.
10 'Belasa(?)'
11 Depois de bastante exibicionismo Issa faz um solo sobre um standard jazz e entram os batuques e as tarolas, a seguir o baixo, e uns acordes funk, entra o alto. Que maravilha de crescendo orgânico em que tudo encaixa!
12 Volta o afro cubano quase um cha cha cha com trechos de La Bamba no meio do solo no sax tenor. Percussão com estalidos da boca. Barthelemy com acelerações suaves de ritmo, o pescoço sempre ligeiramente debruçado sobre a guitarra, com movimentos ritmados, e 'ça c'est vrai' canta-se em coro.
Encore - Musica do disco Pirates Choice que começa com dueto Issa/Barthélemy
Esta música é um concentrado musical de estilos variados, um verdadeiro cocktail de suavidade das vozes e a sua combinação em tons diferentes, e o namoro do sax com a guitarra. Senti-los em palco é partilhar do saber de músicos com imensa experiência para dar a conhecer a tradição riquíssima das bandas da África Ocidental, regressada após 17 anos.
Fica a impressão forte de Barthélemy Atisso, natural do Togo, artista no auge da sua maturidade, a solar da forma delicada, melodiosa e ritmada como os grandes guitarristas africanos das bandas dos anos 70 faziam, e que os distingue claramente das tradições jazz, rock, espanhola ou folk. A partir daí o prazer é ouvir como cada um dos grandes imprime o seu estilo original: no caso dele sempre sofisticado e discreto seja com que estilo, pedal ou efeito. O concerto acaba com o paladar que o maior guitarrista africano vivo se chama Barthélemy Atisso, e que gratidão que ele tenha voltado a tocar depois de treze anos de interregno para o ouvir assim mágico. O efeito é o de um banho de espuma com champanhe.

Saturday, July 26, 2008

FMM Sines - Rokia Traoré (ao vivo) - Comentário Final



LIVE BLOGGING
Para apreciar a Rokia Traoré temos que nos concentrar na qualidade musical das suas composições e dos respectivos arranjos, e profissionalismo em palco. Quanto à voz, quando as canções exigem muito da voz em termos de velocidade ou agilidade revela-se que não tem tons altos nem tons baixos, a dicção é deficiente, e o controlo nas frases melódicas mais difíceis ou de maior amplitude e inversão mesmo mau. Salva-se a emoção e energia das interpretações sempre que as composições estão dentro do registo de cantautor, tempos lentos e composições menos exigentes do ponto de vista técnico.

FMM Sines Rokia Traoré (ao vivo) II

LIVE BLOGGING
Sétimo tema a começar num tom calmo e a evoluir para um ritmo frenético a surpreender e animar o público, com alguns apontamentos do ngoni e um pequeno solo de guitarra, e uns saltos espectaculares da cantora. As mãos ergueram-se em palmas e o ar agitou-se de energia em Sines. O baixo de cabeleira carapinha ruiva a fazer coros em mandinga é uma imagem que fica.
Oitavo tema 'Tuntamanhi' dedicado ao sofrimento das vítimas da emigração. Rokia dirige-se ao público e explica: 'immigration is not a good thing' e 'there is nothing better in Europe than in Africa'. Discordamos, só se for para as classes privilegiadas onde se incluem os músicos com sucesso. Superficialidades pop.
Breve pausa, com saída de palco e regresso para um nono tema com um ritmo e baixo a soar a Jamaica. Sem paragem décimo tema em funk agitado a pôr o público aos saltos num intermezzo instrumental com a guitarra, o ngoni e o baixo em aceleração vertiginosa. A famosa bola insuflável lá segue o seu curso voando por cima do público, e quase atingindo o guitarrista, não constituindo no entanto ameaça mortal. Rokia apresenta os músicos e finalmente deixa-os solar um pouco e dar largas à sua criatividade, bateria e guitarra e um cheirinho de dança da menina da voz de apoio. Segue-se sem interrupção de ritmo funk, sem parar, 'African Woman is a Lady'. Ficámos sem ouvir o senhor do ngoni sozinho.

FMM Sines - Rokia Traoré (ao vivo) I

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23h25 Começou o concerto. Rokia entra acompanhada por uma banda composta por ngoni, guitarra, baixo e bateria e 1 voz de apoio. O primeiro tema é o intimista Iafama, com um início lento e compassado pelo baixo e ngoni. Passa para o segundo tema um mexido 'Sebuió' com um baixo em grande forma, e a seguir 'Teleku'. Quarto tema cantado em francês, 'Je t'aime'. Em quinto lugar interpretação inovadora de 'The Man I Love' com coloridos vibratos. No sexto tema Rokia pega na guitarra de blues e embrenha-se no estilo intimista e de tempos intermédios a lentos do último disco, e certamente o mais adequado às suas qualidades vocais, onde ela está como peixe na água.

Thursday, July 24, 2008

FMM Sines - Waldemar Bastos de Peito Aberto


Aparece de camisa com gola à Mao, calças cinzentas e um sorriso sem esforço que o acompanhou ao longo de todo o concerto.
A banda é composta por bateria, percussão (2 batuques grandes e 2 pequenos, chocalhos, 1 prato), baixo, guitarra electrica e guitarra acústica amplificada.
O concerto começa com "Água do Bengo", segue-se "Teresa Ana(?)", e "Biumbi(?)" só guitarra e sons de floresta e pássaros, com o público a iniciar a sua IeLeLa em coro.
A seguir a festa anima com "Não me perguntes quando eu vou(?)", em ritmo de dança a lembrar o semba e o guitarrista mostra a sua ginga dançando um pouco num juntar de forças da bateria e do batuque.
"Angola minha namorada" é cantado com o público a reagir bem, e é bonito ouvir os países da lusofonia todos a serem citados numa canção de amor.
"Maravilha é a natureza(?)" e num monento de pausa Waldemar Bastos pede para orarmos todos pela paz, e pela comida acrescenta depois, avançando para o 'Muxima", cantado em coro pelo público enternecido.
"Golondrina(?)", "Birimbiri ungojamié(?)" e "Kuribota", muito animado a terminar. Diz a canção "gostas muito de falar, de falar mal dos outros Kuribota Kuribota seu invejoso", com um novo Uelelele de mãos no ar, isto depois de pousar a guitarra e vir para a frente puxar pelo público, braços abertos e mãos a vibrar em cruz transmitindo a sua energia boa, com o guitarrista a tocar com o instrumento atrás da cabeça para êxtase do público. Termina dizendo "Obrigado do fundo do coração, pão, paz e amor", que é nome de música sua e concerteza desejo para África e Angola!
No encore, "nao me perguntes para onde eu vou", a mostrar novamente a banda de músicos de qualidade em boa forma com uma guitarra solo de estilo algo rockeiro mas com algum humor nas paragens dos riffs, um baixo competente e uma percussão muito visível.
Durante a noite Waldemar Bastos deu também um ar da sua graça no concerto a solar com acordes bem cheios a lembrar o calor da música espanhola.
Com um sorriso de orelha a orelha e um monumental vozeirão de agudos poderosos sofridos, notas suspensas graves, simplesmente fazendo a voz brilhar de alegria ou surpreendendo num final de canção com gritos guturais, é um cantor do mundo.
Com uma banda de som áspero e batida forte, a equilibrar a suavidade e poesia da sua voz e guitarra, temos um som aberto, entre rock, áfrica e angola. É aí, com a sua marca pessoal que fica a música de Waldemar Bastos, sempre rés-vés do coração.

Aqui fica a letra de Muxima, com mais informação sobre as diferentes versões em: http://mazungue.com/imaginario-colectivo/thread.php?postid=59653

Muxima
[Carlos Aniceto Vieira Dias]

Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Se uamgambé uamga uami
Gaungui beke muá santana
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Lagi ni lagi kazókaua
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Lagi ni lagi kazókaua

Como a formação da banda é a mesma, um vídeo em Amsterdão de há um mês atrás, com a interpretação de Muxima para atestarem da intensidade de Waldemar Bastos a cantar:



Nota: Quando não tenho a certeza do nome da música, o que acontece na maior parte dos casos, acrescentei um (?) a uma parte da letra ou início da canção.

Sunday, July 20, 2008

FMM Porto Covo - Os Últimos Poetas


A expectativa era grande: em palco uma lenda viva do hip-hop, os anos 60 empenhados politicamente em mudar a política a partir do coração das pessoas, a encontrar uma plateia de de sub-20 e pessoas mais velhas recatadamente sentadas. Acrescentaria que era uma luta difícil pois esta música está carregada de poesia e história e exige do ouvinte muita disponibilidade.
Esta música gosta de se misturar com a vida e acredita que a palavra nos pode aproximar da verdade, que há um superficial e um essencial na vida logo que no nosso horizonte se perfilam os deserdados do mundo. Esta música dos avós do hip-hop, mesmo que um dia soe datada e antiga, mistura razão e coração e leva-nos a ganhar força para perguntar a única pergunta válida em política, "para quando é esse mundo novo?".
A formação era o trio base de Don Babatunde Eaton na percussão, Abiodun Oyewole e Omar Bin Hassan na voz, acompanhados por Ronald Shannon Jackson na bateria, um baixo tocado por Jamaaladeen Tacuma e um rapaz suiço que vive em Nova Iorque nos teclados, numa formação de funk bem marcado.
Os dois rappers em boa forma mas a encantar a melodiosidade e o tom baixo de Abiodun Oyewole em contraponto ao mais agudo e teatral de Omar Bin Hassan, com a voz um pouco cansada. O ponto negativo do concerto foi o mau som nas vozes a prejudicar a compreensão da poesia. Basta comparar com as gravação em disco.
Tudo começou com um solo de batuque de Babatunde, seguido do relembrar dos muitos elementos que fizeram parte do grupo no passado. Seguiram-se entre outros Rain of Terror, e um espectacular This is Madness com Omar Bin Hassan a emocionar e a conseguir transmitir uma violência enorme.
O concerto fez concerteza rejuvenescer a esperança daqueles que ainda levantam o punho na direcção do coração, na capacidade de renascer no meio do superficial. "With love you can rise above the flames". Mas também do fraco impacto da poesia que não se resume a meras palavras de ordem e incitações fáceis e quer contar a história e a violência e o amor tudo junto.
A maior transformação musical nesta década em Portugal, já a acontecer será o afirmar do hip-hop mestiço num ponto irrelevante entre Portugal, Angola, Cabo-Verde ou outros países que apareçam no meio. Espero que a meio apareçam a alguns os Poets a indicar o caminho menos fácil.
Long live, brothers!
Hoje as imagens submergem as palavras.
Depois vão ouvi-los, desde o lirismo de Black Rose à crueza de Rain of Terror que lembra o God Bless America de Bill Burroughs.
http://www.myspace.com/thelastpoetsdotnet

Niggers are scared of revolution, Last Poets, 1970

Niggers are scared of revolution
But niggers shouldn't be scared of revolution
Because revolution is nothing but change
And all niggers do is change

Niggers come in from work and change into pimping clothes
and hit the streets to make some quick change

Niggers change their hair from black to red to blond
and hope like hell their looks will change

Nigger kill other niggers
Just because one didn't receive the correct change

Niggers change from men to women, from women to men
Niggers change, change, change

You hear niggers say
Things are changing? Things are changing?
Yeah, things are changing
Niggers change into 'Black' nigger things
Black nigger things that go through all kinds of changes
The change in the day that makes them rant and rave
Black Power! Black Power!
And the change that comes over them at night, as they sigh and moan:
White thighs, ooh, white thighs

Niggers always goin' through bullshit change
But when it comes for real change,
Niggers are scared of revolution

Niggers are actors, niggers are actors
Niggers act like they are in a hurry
to catch the first act of the 'Great White Hope'

Niggers try to act like Malcolm
And when the white man doesn't react
toward them like he did Malcolm
Niggers want to act violently

Niggers act so coooool and slick
causing white people to say:
What makes you niggers act like that?
Niggers act like you ain't never seen nobody act before
But when it comes to acting out revolution
Niggers say: 'I can't dig them actions!'
Niggers are scared of revolution

Niggers are very untogether people
Niggers talk about getting high and riding around in 'els'
Niggers should get high and ride to hell
Niggers talk about pimping
Pimping that, pimping what
Pimping yours, pimping mine
Just to be pimping, is a helluva line

Niggers are very untogether people
Niggers talk about the mind
Talk about: My mind is stronger than yours
"I got that bitch's mind uptight!"
Niggers don't know a damn thing about the mind
Or they'd be right
Niggers are scared of revolution

Niggers fuck. Niggers fuck, fuck, fuck
Niggers love the word fuck
They think it's so fuckin' cute
They fuck you around
The first thing they say when they're mad: 'Fuck it'
You play a little too much with them
They say 'Fuck you'
When it's time to TCB,
Niggers are somewhere fucking
Try to be nice to them, they fuck over you

Niggers don't realize while they doin' all this fucking
They're getting fucked around
And when they do realize it's too late
So niggers just get fucked up

Niggers talk about fucking
Fuckin' that, fuckin' this, fuckin' yours, fuckin' my sis
Not knowing what they're fucking for
They ain't fucking for love and appreciation
Just fucking to be fucking.

Niggers fuck white thighs, black thighs, yellow thighs, brown thighs
Niggers fuck ankles when they run out of thighs
Niggers fuck Sally, Linda, and Sue
And if you don't watch out
Niggers will fuck you!
Niggers would fuck 'Fuck' if it could be fucked
But when it comes to fucking for revolutionary causes
Niggers say 'Fuck revolution!'
Niggers are scared of revolution

Niggers are players, niggers are players, are players
Niggers play football, baseball and basketball
while the white man cuttin' off their balls

When the nigger's play ain't tight enough
to play with some black thighs,
Niggers play with white thighs
to see if they still have some play left
And when there ain't no white thighs to play with
Niggers play with themselves

Niggers tell you they're ready to be liberated
But when you say 'Let's go take our liberation'
Niggers reply: 'I was just playin'
Niggers are playing with revolution and losing
Niggers are scared of revolution

Niggers do a lot of shootin'
Niggers do a lot of shootin'

Niggers shoot off at the mouth
Niggers shoot pool, niggers shoot craps
Niggers cut around the corner and shoot down the street
Niggers shoot sharp glances at white women
Niggers shoot dope into their arm

Niggers shoot guns and rifles on New Year's Eve
A new year that is coming in
The white police will do more shooting at them
Where are niggers when the revolution needs some shots!?
Yeah, you know. Niggers are somewhere shootin' the shit
Niggers are scared of revolution

Niggers are lovers, niggers are lovers are lovers
Niggers love to see Clark Gable
make love to Marilyn Monroe
Niggers love to see Tarzan fuck all the natives
Niggers love to hear the Lone Ranger yell "Heigh Ho Silver!"

Niggers love commercials, niggers love commercials
Oh how niggers love commercials:
"You can take niggers out of the country, but
you can't take the country out of niggers"

Niggers are lovers, are lovers, are lovers
Niggers loved to hear Malcolm rap
But they didn't love Malcolm
Niggers love everything but themselves

But I'm a lover too, yes I'm a lover too
I love niggers, I love niggers, I love niggers

Because niggers are me
And I should only love that which is me
I love to see niggers go through changes
Love to see niggers act
Love to see niggers make them plays and shoot the shit

But there is one thing about niggers I do not love
Niggers are scared of revolution

O vídeo de "Niggers are scared of the revolution", aqui mesmo no blog, abaixo do de Jose James.
http://africalisboa.blogspot.com/2008/05/park-bench-people-jose-james-dreamer.html

E uma entrevista para finalizar, em inglês.
http://www.furious.com/perfect/lastpoets.html