Os trabalhos expostos na nossa galeria, e as imagens mostradas no nosso site, são peças tradicionais de muitos dos povos mais importantes da África Ocidental e Central, seleccionados para dar uma amostragem representativa dos temas, técnicas e estilos da arte tribal Africana. As artes visuais em África vão da decoração do corpo (como pintura do corpo e escarificação), jóias e roupa, até arquitectura, objectos utilitários (como armas, moeda, mobília e utensílios), instrumentos musicais e escultura, que são usualmente figuras e máscaras. Todos eles serviram uma função nas sociedades tribais tradicionais, para preservar e transmitir as crenças e valores destas sociedades que não possuíam documentos escritos. As máscaras eram parte de fatos de corpo inteiro e eram usadas com música e dança em espectáculos rituais para controlo social, educação dos jovens, melhorar a fertilidade ou o sucesso, adivinhação, estatuto e diversão. As figuras normalmente descreviam ancestrais ou espíritos; a maior parte eram venerados e ofereciam-lhe orações e sacrifícios em troca de protecção e bem estar. Alguns objectos eram considerados mágicos e acreditava-se que tinham grandes poderes.
O trabalho é “tradicional” porque foi realizado no mesmo estilo básico através das gerações ou mesmo séculos. O estilo de cada peça é determinado pela sua significância espiritual e simbólica na vida da tribo. A espectacular variedade de estilo abarca uma linguagem visual complexa e variada. Há aqui uma intemporalidade que está lutando para sobreviver à influência do Colonialismo, Islão, Cristianismo, desenvolvimento moderno e todos os problemas actuais de África. Todos nós podemos honrar e apreciar uma expressão da criatividade humana com uma imagética rica e um poder que atravessa barreiras étnicas. Esperamos que ajude cada um de nós a ganhar respeito e conhecimento sobre África e o seu povo.
A maior parte dos trabalhos é esculpido em madeira; muitos incluem adições de tecido, ráfia, metal, penas, couro, unhas, pigmento, petróleo, contas ou oferendas sacrificiais. Muitas das máscaras perderam a sua ráfia e o seu fato e devemos ter consciência de que elas nunca foram criadas para serem objectos estáticos mas dotadas de ritmo, espírito e magia através do uso da música, dança, teatro e voz. Peças de metal, tais como armas (ceremoniais ou reais) e moeda sobrevivem mais do que a madeira nos trópicos. A maior parte das peças de madeira tem entre 10-50 anos.
Eu colecciono Arte Africana devido ao seu poder, beleza, magia e maestria de execução. A minha perspectiva é a de um artista, não a de um antropólogo. Eu escolho peças baseado em critérios visuais formais, algum conhecimento das tradições tribais, e como eu sinto que a peça consegue no que visa e se o trabalho me dá um sentido interior de satisfação, prazer e mistério. Não é necessário certamente compreender muito de arte Africana para se ter prazer com ela, num misto de maravilha e espanto.
Tim Hamill, Director,
Hamill Gallery of African Art, Boston
Texto original em:
http://www.hamillgallery.com/SITE/AfricanArtStatement.html
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